terça-feira, 21 de junho de 2016

69


Recupero algumas notas dispersas, em verso, que de outro modo seriam esquecidas, e chamo-as para este diário esquisito. Corto-as e recorto-as ainda mais uma vez.

 

Escrevo uma palavra

uma frase um verso

Interrompo-me e prossigo

Esforço-me por gerir os ritmos

os silêncios

Interrompo-me e prossigo

 

 

Inspiro Expiro

O lápis sussurra

no branco da folha

sulcando com suavidade

o áspero mistério da poesia

 

Encosto o ouvido

ao branco da folha

Escuto Escuto-me

uma e outra vez

Para escrever é necessário

saber ouvir

 

Um gesto uma palavra
uma inquietação um êxtase
e o poema desabrocha
como uma pequena flor
que logo guardarás

nas páginas de um livro

para que seque

e se conserve
nas páginas de um livro
para que seque
e se conserve

 

 


 

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