Compro um livro de uma poetisa sevilhana. Antes, pergunto à
empregada quanto custa e se é bom. Diz-me o preço, depois de consultar um
catálogo, e acrescenta com um tom que não identifico e um sorriso enigmático, “É
uma poetisa feminista!”
Era um poeta
cansado de ser macho
de ser sempre masculino
mesmo quando se sentia
completamente feminino
Um dia disseram-lhe
com escárnio
que era um poeta feminista
e ele riu-se
uma mão a acariciar os longos cabelos
outra agarrando ostensivamente
os genitais
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