Viajo num
autocarro.
Escrevo esta
frase e penso, não no que digo, mas no que ela diz ao leitor, ou no que o
leitor pode retirar dela. O leitor sabe o que é um autocarro, já viajou num,
pode imaginá-lo com facilidade. Não lhe interessa se o que digo é ficção ou
realidade, tem de acreditar.
O autocarro
está cheio de pessoas que falam línguas diferentes.
Que pessoas
são essas, pergunta-se o leitor. Confronta a sua experiência com o que escrevi e
mais uma vez acredita. Pode ser ficção ou pode ser real, mas de certeza que é
verdade.
Alheio-me da paisagem, Viajo neste texto que construo. O
autocarro para e eu paro de escrever.
A ficção é
este jogo de escondidas, escrevo ainda,
a terminar.
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