quinta-feira, 16 de junho de 2016

64


Viajo num autocarro.

Escrevo esta frase e penso, não no que digo, mas no que ela diz ao leitor, ou no que o leitor pode retirar dela. O leitor sabe o que é um autocarro, já viajou num, pode imaginá-lo com facilidade. Não lhe interessa se o que digo é ficção ou realidade, tem de acreditar.

O autocarro está cheio de pessoas que falam línguas diferentes.

Que pessoas são essas, pergunta-se o leitor. Confronta a sua experiência com o que escrevi e mais uma vez acredita. Pode ser ficção ou pode ser real, mas de certeza que é verdade.

Alheio-me da paisagem, Viajo neste texto que construo. O autocarro para e eu paro de escrever.

A ficção é este jogo  de escondidas, escrevo ainda, a terminar.

 

 

 

Sem comentários:

Enviar um comentário