Um homem existiu, todavia nunca
foi. Gostava muito de brincar com as palavras e muitas vezes exagerou. No dia
da sua morte ficou sem epitáfio: as palavras resolveram brincar com ele e não
compareceram.
Queria ser ele próprio, viver a sua própria vida. Quem assim quiser agir
só pode esperar a solidão. Escrever é sempre abrirmo-nos ao mundo e, no
entanto, é também um puro ato de solidão, pelo menos se quisermos preservar e
desenvolver a nossa própria voz.
Junto dois parágrafos e espero que façam algum sentido. Ambos falam em
ser e em escrever, ambos falam em palavras e em solidão. Para o escritor, escrever
é sempre afirmar a vida, para o escritor, escrever é sempre confrontar a morte.
Escrevia para manter a morte à distância, o que muito a intrigou. Se por
isso morreu mais tarde ou mais cedo, o leitor decidirá.
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