De um pequeno livro, publicado na
Minguante, de que já não tinha memória, O Peso da Leveza…
Desde muito
novo que sentia um irresistível apelo em nomear tudo o que existia dentro e
fora de si.
Escrevia sem
parar, em verso e em prosa, juntando as palavras em todas as suas combinações,
tentando conferir-lhes novas significações e estabelecer novas harmonias;
cortando e recortando sempre com afinco, na esperança de ao peso do mundo e da
vida, contrapor a leveza dos textos que escrevia e em que misturava sabiamente
uma melancolia profunda e um humor desregrado.
Um dia,
finalmente, deixou de escrever, e passou o resto dos seus dias em silêncio, com
um sorriso a flutuar-lhe no rosto.
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