Escreve e contempla. Talvez contemple mais do que escreve, talvez a
escrita seja pura contemplação. Porque tudo começa no olhar. Olha para o que
escreve, olha para si. Está atento. Avança e espera. Espera e avança. Procura
uma forma, procura uma emoção. Avança entre o poema e a ficção.
Está certo da sua escrita e
no entanto hesita, hesita sempre. É de si que desconfia ou é apenas da sua
natureza desconfiar? Teme a escrita, essa é que é a verdade, teme-a tanto
quanto a ama. Tem medo de se perder, tem medo de não voltar.
Espera. Avança. Espera e
avança, avança e espera. Talvez escrever não seja salvação, mas não escrever é pior, já muitos
escritores o disseram.
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