quinta-feira, 12 de maio de 2016

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O ser nunca o é verdadeiramente, o ser é sempre possibilidade. Posso dizer que um limão é amarelo, mas é claro que ele só é amarelo para mim, enquanto observador dotado de determinadas características.
Toda a escrita é possibilidade, flui, desenvolve-se e na verdade nunca sabemos para onde vai, apesar de sermos nós quem escreve.
Qual é o som obtido quando se bate palmas com uma só mão? O Koan pergunta e afirma. Não só é possível bater palmas como uma só mão como tal acção produzirá som. Bastará imaginá-lo. Bater palmas com uma só mão soa a derrota, soa a vitória, soa ao que soam as palmas.
O processo de escrever partilha da mesma natureza e do mesmo mistério. Como se escrever sem saber para onde se vai? Escreve-se, escrevendo.

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